Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem

Padroeira

“O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor te mostre a sua face e conceda-te sua graça! O Senhor volva o seu rosto para ti e te dê a paz!” (Nm. 6 25-26)

Hino da Padroeira Nossa Senhora da Boa Viagem

1. Quando andamos pela estrada/ nos dispondo a viajar, / como é bom
termos um guia/ para a meta enfi m chegar!
Ó, Nossa Senhora da Boa Viagem, / ó vinde guiar-nos, nos
acompanhar!/ Ó Mãe Padroeira da nossa Paróquia, / com o vosso
Filho, vinde abençoar!
2. Na viagem desta vida/ não convém estarmos sós: / como é bom ter
a companhia, / ter alguém sempre junto a nós!
3. Quantas vezes, apressados, / a imprudência faz correr: / como é bom
ter quem nos acalme, / para a vida não se perder!
4. Nas viagens que fazemos/ vosso manto desdobrai. / Nas estradas,
nos oceanos, / os viajantes do céu olhai!
5. Vosso povo reunido, / vinde, hoje, abençoar. / Imitando vossa vida/
para nos santificar!

 

Oração a Nossa Senhora da Boa Viagem

Ó Deus, que em Maria, Senhora da Boa Viagem, nos oferecestes
um exemplo perfeito do seguimento de Cristo, fazei que, iluminados por
suas virtudes e abertos ao Espírito Santo, percorramos as estradas desta
vida, com solidariedade, justiça e amor, celebrando com ela, após nossa
viagem terrena, a chegada feliz em Vossa casa.
Ó Pai, que constituístes a Mãe do Vosso Filho, auxílio e proteção
do povo cristão nos caminhos desta vida, concedei-nos viver sob sua
bênção, criando entre nós laços de solidariedade e alegrando-nos com
sua presença materna na esperança de estarmos juntos na eternidade.
Maria, Mãe dos caminhantes, ouça as súplicas dos teus filhos e
como Advogada nossa, dá-nos uma viagem feliz neste mundo até
chegarmos no Reino definitivo. Amém!
Nossa Senhora da Boa Viagem! Roga por nós!
Mãe dos Caminhantes!
Protetora dos Viajantes!
Defensora dos Motoristas!
Padroeira dos Navegantes!
Rainha da nossa Paróquia!

Ladainha de Nossa Senhora

Senhor, tende piedade de nós,…
Cristo, tende piedade de nós,…
Senhor, tende piedade de nós,…
Deus Pai dos céus, tende piedade
de nós,…
Deus Filho, Redentor do mundo,…
Deus Espírito Santo,…
Santíssima Trindade, que sois um
só Deus
Santa Maria, rogai por nós
Santa Mãe de Deus,…
Santa Virgem das virgens,…
Mãe de Jesus Cristo,…
Mãe da Divina Graça,…
Mãe Puríssima,…
Mãe castíssima,…
Mãe Imaculada,…
Mãe intacta,…
Mãe amável,…
Mãe admirável,…
Mãe do bom conselho,…
Mãe do Criador,…
Mãe do Salvador,…
Mãe da Igreja,…
Virgem prudentíssima,…
Virgem venerável,…
Virgem louvável,…
Virgem poderosa,…
Virgem benigna,…
Virgem fiel,…
Espelho da justiça,…
Sede da sabedoria,…
Causa de nossa alegria,…
Rosa mística,…
Torre de marfim,…
Casa de ouro,…
Arca da aliança,…
Porta do céu,…
Estrela da manhã,…
Saúde dos enfermos,…
Refúgio dos pecadores,…
Consoladora dos aflitos,…
Auxílio dos cristãos,…
Rainha dos anjos,…
Rainha dos patriarcas,…
Rainha dos profetas,…
Rainha dos apóstolos,…
Rainha dos mártires,…
Rainha dos confessores,…
Rainha das virgens,…
Rainha de todos os Santos,…
Rainha concebida sem pecado
original,…
Rainha Assunta ao céu,…
Rainha do Santíssimo Rosário,…
Rainha da paz,…
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
Rogai por nós Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Padroeira

Os portugueses, grandes desbravadores dos oceanos, em sua devoção à Virgem não poderiam deixar de invocá-la em suas arriscadas viagens. Assim, deram-lhe o título de “Nossa Senhora da Boa Viagem”, desde tempos imemoriais. Entretanto, a primeira igreja erigida em terras lusitanas sob esta invocação deu-se no ano de 1618, perto de Lisboa.
No Brasil o culto a Nossa Senhora da Boa Viagem passou primeiramente pela Bahia, onde foi construída uma pequena igreja junto à praia. Em Pernambuco, por volta de 1707, o Pe. Leandro Carmelo construiu uma capela, também junto à praia. Providenciou a confecção de uma imagem da Mãe de Deus que foi colocada sobre o altar-mor do templo, em torno do qual surgiu o famoso bairro da Boa Viagem, ponto turístico da capital pernambucana.

Ainda no século XVIII, foi construída, na baía de Guanabara, uma capela no alto da península junto a Niterói. Para custear as despesas do culto instituiu-se uma irmandade de pescadores e homens do mar. Todas as embarcações que aportavam ao Rio de Janeiro pagavam de boa vontade uma quantia para a manutenção do templo. Esta capela foi destruída por um incêndio em 1860 e reconstruída pela Sociedade Protetora dos Homens do Mar.

A devoção também aportou em locais afastados do litoral brasileiro. Por algo que só mesmo a Providência Divina pode explicar, a padroeira de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, é Nossa Senhora da Boa Viagem. O historiador Augusto de Lima Jr. conta que, como era costume, em meio a uma esquadra lusitana que chegou ao Rio de Janeiro em 1709 encontrava-se a nau Nossa Senhora da Boa Viagem. Seu comandante, não tendo condições de prosseguir viagem, pediu dispensa da Marinha Real e com alguns companheiros embrenhou-se nos sertões de Cataguás em busca de ouro. Entre os seus sequazes estava o piloto Francisco Homem del-Rei, que antes de arriscar-se no interior de Minas Gerais, retirou do navio abandonado o nicho com a imagem da Virgem da Boa Viagem e a levou como sua protetora.

Os aventureiros encontraram bastante ouro e se enriqueceram. Francisco del-Rei adquiriu terras no cerro de Congonhas, águas vertentes de um curral, isto é, fazenda de gado, que abastecia os mineradores da região. O antigo piloto aí construiu uma ermida em honra da Senhora da Boa Viagem, sua padroeira.
Essa capela foi destruída e em seu lugar, em 1905 ergueram a mais igreja antiga da cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Em estilo neogótico, abriga vitrais de grande beleza. O altar-mor é trabalhado em mármore carrara.

A propósito dessa Catedral, circula ainda uma lenda, que foi recolhida pelo estudioso do folclore Saul Martins. A lenda, se não desmente a história que se conta como verdadeira, serve para completá-la: “no começo do séc. XVII um português, acompanhado pôr três escravos de confiança, levava no lombo de dois burros, 15 arrobas ( aproximadamente 200 Kg ) de ouro em barras moedas e jóias. Ele foi perseguido por ladrões, quando passava pelo povoado de Curral d’El Rey. Para escapar do bando, ele resolveu enterrar a fortuna num tacho de cobre a 81 passos, em linha reta, contados da entrada principal da capela, em direção ao pico mais alto, à vista, da serra que deu o nome ao arraial. Vendo que não teria como escapar dos ladrões, o português mandou que um dos escravos levasse um mapa do tesouro para sua esposa em Caeté. Segundo a lenda, o português e os dois escravos foram mortos e o tesouro continua até hoje pôr lá. A antiga capela é hoje a Catedral de Boa Viagem!”

Nossa Senhora da Boa Viagem é também venerada na cidade de São Bernardo do Campo (SP), na pároquia com o mesmo nome, criada no dia 21 de outubro de 1812, quando desmembrou-se da freguesia da Sé. Em 1813, o governo adquiriu terras de um certo Sr. Manoel Rodrigues de Barros para criação do novo povoado e edificação do novo templo. Havia naquela época, na freguesia, 1.423 habitantes e 218 habitações, mas ainda não havia sido construída a igreja. Apesar das tentativas do Pe. José Basílio, somente em agosto de 1814 é enviado à freguesia o Tenente Coronel Engenheiro da Corte, Pedro Muller. Ele constatou que tanto a capela estava sem condições, como o local era impróprio para fundar um povoado. Escolheram um local mais aprazível, distante dali por uns 600 pés, cortado pela estrada geral, atual Avenida Marechal Deodoro. Possivelmente o ínicio da construção tenha ocorrido entre 1815 e 1818. Presume-se que sua conclusão só tenha ocorrido por volta de 1848. Segundo consta, desde de sua criação, ela já recebeu a denominação de Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem.

Em Portugal, mais precisamente na vila de Ericeira, todos os anos, nos dias 15 a 18 de agosto, desde 1947, a Senhora da Boa Viagem é homenageada com bailes, espetáculos, fanfarras, procissões, missa campal. É uma festa dos pescadores que todos os anos conta com uma comissão organizadora. Todos os anos o mar e a praia são abençoados.